quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Personalidades: mídia televisiva, radialista, atleta, política etc




Personalidades negras


Zumbi dos Palmares (1655-1695)



Talvez a personalidade negra mais importante da nossa história seja o líder da resistência negra Zumbi dos Palmares, que nasceu no Quilombo dos Palmares (região de Alagoas).

No Quilombo, que foi um verdadeiro centro de resistência escravocrata, chegaram a viver cerca de trinta mil negros que escaparam dos seus senhores.


Durante aproximadamente dezoito anos, Zumbi defendeu o seu Quilombo contra capitães que queriam destruir a comunidade e recuperar os escravos fugitivos que haviam perdido.

A morte de Zumbi foi trágica: denunciado por um dos companheiros, foi capturado, morto e degolado. A sua cabeça ficou exposta em praça pública para desencorajar outros escravos de se rebelarem.

O Dia da Consciência Negra - dia do assassinato brutal de Zumbi - é lembrado até os dias de hoje no Brasil.




Machado de Assis (1839-1908)


Considerado por muitos como o maior escritor brasileiro de todos os tempos, e um dos maiores da
literatura de língua portuguesa, Joaquim Maria Machado de Assis teve uma origem difícil.

Nascido no berço de uma família pobre carioca, o futuro grande escritor precisou trabalhar cedo e foi um autodidata. Um dos seus primeiros empregos foi como aprendiz de tipógrafo. Depois de publicar o seu primeiro conto - aos 16 anos - não parou mais de escrever tendo criado romances, crônicas, poemas, textos dos mais variados gêneros.

Atuando também como tradutor e jornalista, Machado deixou um legado ímpar na nossa literatura. Ativista, o intelectual foi também o fundador (e primeiro presidente) da Academia Brasileira de Letras.


Milton Santos (1926-2001)


O maior geógrafo do Brasil ficou conhecido internacionalmente tendo chegado a dar aulas em uma série de universidades estrangeiras.

Milton Santos nasceu na Bahia e, como era filho de professores, começou a dar aulas desde cedo, ainda com 13 anos. Depois de se formar em direito, foi fazer um doutorado na área que sempre despertou a sua paixão: a geografia.

Durante a ditadura militar foi perseguido no Brasil e se exilou na França. Reconhecido pelo seu trabalho, Milton Santos recebeu o título de doutor honoris causa por mais de 20 instituições no Brasil e no exterior. Ele foi também o único brasileiro a receber o prêmio Vautrin Lud (o Nobel da Geografia), em 1994.


Carolina Maria de Jesus (1914-1977)


Uma importante escritora do Brasil, Carolina Maria de Jesus foi autora de uma das grandes obras da nossa literatura: Quarto de Despejo: diário de uma favelada.

Com uma história de vida difícil, Carolina nasceu no interior de Minas Gerais, era neta de escravos e filha de uma lavadeira analfabeta.

A família, numerosa (Carolina tinha sete irmãos), passou muita necessidade. A jovem só pode estudar porque teve a ajuda de uma das patroas da mãe.

Quando se mudou com a família para São Paulo, Carolina trabalhou como lavradora, empregada doméstica, faxineira e catadora de papel.

Mãe de três filhos, ela viveu na favela do Canindé. Nas horas livres Carolina escrevia e, em 1941, teve um poema publicado no jornal Folha da Manhã. Um dos repórteres descobriu o seu talento e ajudou a escritora a publicar o seu diário anos mais tarde.

Lançado em 1960, o livro autobiográfico fez tanto sucesso de público como de crítica.

José do Patrocínio (1853-1905) - farmacêutico e ativista político

José do Patrocínio
José do Patrocínio

Nascido em Campo dos Goytacazes (RJ), José do Patrocínio foi para a capital do Império para estudar Farmácia enquanto trabalhava na Santa Casa de Misericórdia.

No entanto, cedo trocou o laboratório pela redação de jornais onde defendia ardorosamente o fim da escravidão.

Com Joaquim Nabuco, em 1880, fundou Sociedade Brasileira Contra a Escravidão. Além de comícios políticos, a organização arrecadava dinheiro para alforrias e facilitava fugas de escravos. Do mesmo modo, concorreu e ganhou a eleição para vereador do Rio de Janeiro em 1886.

Assinada a Lei Áurea, em 1888, Patrocínio vai a Paris, de onde volta com o primeiro automóvel da cidade do Rio de Janeiro. Igualmente, investe suas economias na fabricação de dirigíveis. Falece de tuberculose aos 51 anos de idade.

João da Cruz e Souza (1861-1898) - poeta e escritor

Cruz e Sousa
Cruz e Sousa

Nascido em Santa Catarina, partiu para a capital, onde foi arquivista da Estrada de Ferro Central do Brasil. Colaborava com diversos jornais e estava atento a causa abolicionista que se desenrolava naquele momento.

Publicou três livros em vida, mas foi sua obra póstuma "Evocações" que lhe garantiu um lugar entre os grandes escritores brasileiros.

Seus poemas são os primeiros do estilo simbolista no Brasil. Apesar disso, faleceu tal qual um poeta romântico, pois a tuberculose terminou com sua vida quando tinha apenas 36 anos.

Nilo Peçanha (1867- 1924) - presidente da República

Nilo Peçanha
Nilo Peçanha

Nilo Peçanha é considerado o primeiro presidente afro-descendente do Brasil, assumindo o cargo após a morte de Afonso Pena, em 1909. É importante lembrar que, naquela época, os vice-presidentes também eram votados pelos eleitores, de forma independente.

Apesar de seu governo ter durado somente um ano, durante seu mandato, Nilo Peçanha criou o Ministério da Agricultura, Comércio e Indústria, o Serviço de Proteção aos Índios (SPI, antecessor da Funai), e inaugurou a primeira escola de ensino técnico no Brasil.

O político ainda foi governador do Rio de Janeiro em duas ocasiões, senador e ministro das Relações Exteriores.

Mãe Menininha
Mãe Meninha recebe o escritor Jorge Amado

Nascida na Bahia, Escolástica da Conceição de Nazaré, era descendente de uma linhagem de Iyálorixás, líderes femininas que comandam um terreiro de Candomblé.

Mãe Meninha do Gantois foi escolhida aos 28 anos para ser a dirigente do Gantois, terreiro que havia sido fundado por sua bisavó.

Na década de 30, as celebrações de Candomblé ou Umbanda estavam proibidas por lei. Porém, ela se destacou em fazer que o Candomblé fosse conhecido por intelectuais e políticos.

A legião de admiradores da mãe de santo incluíam nomes como Jorge Amado, Dorival Caymmi, Vinicius de Moraes, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, etc.

Graças a sua sabedoria, a religião afro-brasileira ganhou mais visibilidade e respeito.

 Pixinguinha (1897-1973) - músico, compositor e arranjador

Pixinguinha
Pixinguinha

Pixinguinha, apelido de Alfredo da Rocha Vianna Filho, é considerado o maior flautista brasileiro, e ainda tocava cavaquinho, piano e saxofone. Começou a aprender música em casa e, aos 14 anos, já se apresentava em casas noturnas.

Na época do cinema mudo, os artistas negros não eram contratados para as orquestras que acompanhavam o filme, nem tocavam no hall do cinema.

No entanto, com a gripe espanhola, Pixinguinha consegue convencer um produtor a contratar o seu conjunto “Os Oito Batutas” , integrado somente por músicos negros. O grupo animaria os espectadores antes das projeções dos filmes.

Mais tarde “Os Oito Batutas” excursionam pela Europa por seis meses e voltam triunfantes.

Pixinguinha vai para o rádio onde escreve arranjos e conhece os grandes cantores da época, como Orlando Silva, que gravaria “Carinhoso”. Suas canções até hoje estão no repertório dos grupos de choro, samba e MPB, pois ele é considerado o fundador da moderna música brasileira.

Antonieta de Barros
Antonieta de Barros

Natural de Santa Catarina, Antonieta de Barros foi professora e dedicou toda sua vida ao ensino.

De igual maneira, fundou jornais onde defendia ideias feministas. Na década de 30, entrou na política e foi a primeira deputada estadual negra do país e primeira deputada mulher do estado de Santa Catarina.

Igualmente, foi eleita em 1934, pelo Partido Liberal Catarinense, para a assembleia que redigiria a nova Constituição. Esteve nas comissões que relatariam os capítulos Educação e Cultura e Funcionalismo.

Integrou a assembleia legislativa catarinense até 1937, quando teve início a ditadura do Estado Novo. Posteriormente, voltaria a se dedicar ao magistério ocupando cargos de direção em diversas escolas.

Em 1947, voltaria a ser deputada estadual no seu estado e seria autora da lei que transformava o dia 15 de outubro em "Dia dos Professores" em Santa Catarina (Lei nº 145, de 12 de outubro de 1948).

 Laudelina de Campos Melo (1904-1991) - empregada doméstica e ativista política

Laudelina de Campos Melo
Laudelina de Campos Melo

Nascida em Poços de Caldas (MG), desde cedo auxiliava sua mãe com trabalhos domésticos fazendo doces para ajudar o sustento da casa. Mesmo assim, participava de associações culturais e se filiou ao PCB na década de 30.

Laudelina fundou a primeira Associação de Trabalhadores Domésticos do Brasil, posteriormente fechada pelo Estado Novo.

Com a volta da democracia, Laudelina continuou a lutar pela valorização da cultura negra e do trabalho doméstico. Para isso, auxiliava a fundar associações de cunho político e cultural.

Também organizava manifestações e abaixo-assinados com o propósito de pressionar os legisladores a promulgarem leis favoráveis ao trabalhador doméstico.

Deixou sua casa em testamento para a Associação que ajudara a criar.


Biografia:

www.ebiografia.com/personalidades_negras_brasil/
https://www.todamateria.com.br/personalidades-negras-brasileiras/

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