A mulher negra como ser artístico e resistente que tem voz, corpo e é fonte de inspiração
A maior parte da história nacional, a mulher negra geralmente foi caracterizada sem muita consideração a seu intelecto e poder de decisão. Refletindo os costumes de cada período, ficou relegada ao pano de fundo, cumprindo funções estereotipadas de escravizada e trabalhadora doméstica, ou tendo o seu corpo sexualizado. O ponto de virada foi por volta da década de 1980, quando as mulheres negras começaram a ter mais espaço no meio artístico para fazerem uma auto representação, descrevendo a si mesmas pelo seu próprio ponto de vista.
Isso possibilita que se estabeleça uma reflexão sobre a inserção das mulheres negras nas artes visuais e na literatura brasileiras, bem como sobre os modelos representativos de suas existências expostos em produções artísticas. Tais produções são testemunhas de como as mulheres negras eram socialmente vistas e simbolizadas em diferentes períodos e contextos. Conhecendo como essa inserção acontecia no passado, pode-se questionar as estruturas, representações e sentidos atualmente construídos na sociedade brasileira.
A presença da mulher negra nas artes brasileiras sob duas diferentes perspectivas: como agente criadora de imagens e textos e como figura passiva, representada de modo estereotipado. A partir de fontes bibliográficas e da análise imagética de um conjunto de obras literárias e artístico-visuais produzidas entre os séculos 16 e 21, nas quais encontramos a mulher negra representada, pudemos realizar uma leitura das mudanças sócio-históricas ocorridas no Brasil em relação a questões de gênero e étnico-raciais, principalmente no que diz respeito ao espaço destinado à autorrepresentação e ao lugar de fala. O pouco conhecimento sobre a existência de mulheres negras como criadoras de arte confirma a abstenção dos meios responsáveis pela pesquisa e difusão de conhecimento das áreas correspondentes, seja esse silêncio intencional e discriminatório ou apenas indiferente.
As últimas décadas do século 20 demarcam a transferência de discurso do outro para a mulher negra como sujeito que se descreve, a partir de uma subjetividade própria, assumindo os meios de representação e transfigurando-os em meios de autorrepresentação ou autoapresentação. Essas mulheres apresentam um lugar comum de fala, que contesta as representações já existentes e visa à reelaboração de suas imagens e dos papéis que assumem na sociedade. Essa postura, que é reafirmada pelo revisionismo histórico, tem buscado redimir e/ou ressignificar concepções já reconhecidas como limitadas e unilaterais.
A relação entre cultura, cultura negra e educação é o foco principal deste artigo. Discute-se que a cultura negra é uma particularidade cultural construída historicamente por um grupo étnico/racial específico presente no modo de vida do brasileiro, seja qual for o seu pertencimento étnico. Todavia, a sua predominância se dá entre os descendentes de africanos escravizados no Brasil, ou seja, o segmento negro da população. No caso específico da educação escolar brasileira, entende se que a discussão sobre a cultura negra não pode desconsiderar a existência do racismo e da desigualdade entre negros e brancos em nossa sociedade. Tal consideração nos afastará das práticas educativas que ainda insistem em colocar a cultura negra no lugar do exótico e do folclore, e possibilitará a construção de uma postura política diante da questão racial na educação brasileira.
A Mulher Negra Como Ser Artístico:
A mulher negra representada, pudemos realizar uma leitura das mudanças sócio-históricas ocorridas no Brasil em relação a questões de gênero e étnico-raciais, principalmente no que diz respeito ao espaço destinado à autorrepresentação e ao lugar de fala. O pouco conhecimento sobre a existência de mulheres negras como criadoras de arte confirma a abstenção dos meios responsáveis pela pesquisa e difusão de conhecimento das áreas correspondentes, seja esse silêncio intencional e discriminatório ou apenas indiferente.
A Mulher Negra Como Ser De Voz:
Tanto nas artes visuais como na literatura, as representações das mulheres negras exploraram uma gama limitada de temas e formas, partindo da mulher como escravizada e sua utilidade física e trabalhadora, perpassando o ambiente do labor doméstico ainda utilitário, em que essas mulheres funcionavam como pano de fundo até a sexualização dos seus corpos. Em todas essas formas, há a constância da inexistência de espírito, poder de decisão e intelecto nessas mulheres representada.
A Mulher Ser De Resistência:
A maior parte da história nacional, a mulher
negra geralmente foi caracterizada sem muita consideração a seu intelecto e
poder de decisão. Refletindo os costumes de cada período, ficou relegada ao
pano de fundo, cumprindo funções estereotipadas de escravizada e trabalhadora
doméstica, ou tendo o seu corpo sexualizado. O ponto de virada foi por volta da
década de 1980, quando as mulheres negras começaram a ter mais espaço no meio
artístico para fazerem uma auto-representação, descrevendo a si mesmas pelo seu
próprio ponto de vista.
Isso possibilita
que se estabeleça uma reflexão sobre a inserção das mulheres negras nas artes
visuais e na literatura brasileiras, bem como sobre os modelos representativos
de suas existências expostos em produções artísticas. Tais produções são
testemunhas de como as mulheres negras eram socialmente vistas e simbolizadas
em diferentes períodos e contextos. Conhecendo como essa inserção acontecia no
passado, pode-se questionar as estruturas, representações e sentidos atualmente
construídos na sociedade brasileira.
A presença
da mulher negra nas artes brasileiras sob duas diferentes perspectivas: como
agente criadora de imagens e textos e como figura passiva, representada de modo
estereotipado. A partir de fontes bibliográficas e da análise imagética de um
conjunto de obras literárias e artístico-visuais produzidas entre os séculos 16
e 21, nas quais encontramos a mulher negra representada, pudemos realizar uma
leitura das mudanças sócio-históricas ocorridas no Brasil em relação a questões
de gênero e étnico-raciais, principalmente no que diz respeito ao espaço
destinado à auto-representação e ao lugar de fala. O pouco conhecimento sobre a
existência de mulheres negras como criadoras de arte confirma a abstenção dos
meios responsáveis pela pesquisa e difusão de conhecimento das áreas
correspondentes, seja esse silêncio intencional e discriminatório ou apenas
indiferente.
As últimas
décadas do século 20 demarcam a transferência de discurso do outro para a
mulher negra como sujeito que se descreve, a partir de uma subjetividade
própria, assumindo os meios de representação e transfigurando-os em meios de auto-representação
ou auto-apresentação. Essas mulheres apresentam um lugar comum de fala, que
contesta as representações já existentes e visa à reelaborarão de suas imagens
e dos papéis que assumem na sociedade. Essa postura, que é reafirmada pelo revi
sionismo histórico, tem buscado redimir e/ou ressignificar concepções já
reconhecidas como limitadas e unilaterais.
Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbedu/a/XknwKJnzZVFpFWG6MTDJbxc/?lang=pt;
Acesso em: 23/10/2021 às 20:00;
Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/academico/2020/08/13/A- representa%C3%A7%C3%A3o-da-mulher-negra-na-arte-brasileira; Acesso em: 23/10/2021 às 20:30;
Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/academico/2020/08/13/A- representa%C3%A7%C3%A3o-da-mulher-negra-na-arte-brasileira; Acesso em: 23/10/2021 às 20:30;
Disponível em:
https://br.pinterest.com/pin/328973947777924186/; Acesso em: 23/10/2021 às 20:45;
Disponível em: https://revistaafirmativa.com.br/entenda-o-empoderamento-negro-didaticamente/; Acesso em: 23/10/2021 às 21:00.BENACHIO,
Ana Laura et al. Considerações sobre a representação do negro na arte do
Brasil, 1850-1950.19&20, Rio de Janeiro, v. IX, n. 1, jan./jun. 2014.
Disponível em: http://www.dezenovevinte.net/obras/negro_representacoes.htm.
Acesso em: 17 jul. 2018.
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