Esse trabalho foi realizado através de pesquisa bibliográfica sobre o contexto histórico da luta e resistência negra.
A história foi marcada por
vários episódios de luta em defesa de direitos, que garantem dignidade e
respeito. A cultura afro-brasileira é uma herança deixada pelo povo africano
escravizado trazido para Brasil.
A Bahia é o estado, cuja
população majoritariamente por negros e negras, que a resistência passa pelo
enfretamento á visão eurocêntrica.
Arte que faz luta, o movimento
negro no Brasil surge de forma precária e clandestina, dentre eles um dos mais
conhecidos é zumbi de Palmares que foi uma liderança negra que nasceu no estado
de Alagoas em 1655. É considerado símbolo de resistência por ter sido o ultimo
Rei do Quilombo dos Palmares, que era comunidade formada por escravos fugidos
das fazendas que se transformavam em centro de resistência.
O samba e o carnaval também
conhecida como arte da comunidade preta. O samba é dos pilares da riqueza, mais
a arte não se limita a isso, nossa riqueza está nas artes e na africanidade.
Somos herdeiros de um povo que sofreu muito: mistura de luta, arte e história.
Exemplos de processo de
resistência e do papel histórico que as lutas antirraciais possuem são: o afoxé
vinculado às praticas do candomblé, a capoeira, samba de roda do recôncavo
baiano que é reconhecido pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para
Educação, a Ciência e a Cultura), como Patrimônio Cultural Imaterial da
Humanidade, por ser uma das expressões musicais, coreográficas, poéticas e festivas
mais importantes da nossa cultura.
A história brasileira é, e foi muito marcada por vários
episódios de luta popular em defesa de direitos para os negros, que garantem
dignidade, respeito e, acima disso, a vida. É neste contexto, que o povo negro,
vítima da diáspora que os retirou do seu continente de origem –
África(africana) -, conduziu o enfrentamento cotidiano na defesa de todas as
dimensões sociais e culturais que reafirmam o lugar de protagonismo na
construção de uma identidade e representatividade social.
Na Bahia, estado brasileiro cuja população ser a maior
composta por negros e negras, a professora Railma Souza explica que a
resistência passa, em primeiro lugar, pelo enfrentamento de seus direitos.
Nesse sentido, Railma considera fundamental romper com
essas noções e tentar compreender a complexidade das expressões da cultura do
povo negro, do povo indígena, africano.
Ao compreender essas questões, a yalorixá Jaciará
Ribeiro, afirma que o racismo tem matado homens, mulheres, jovens e o processo
de organização e valorização do candomblé, enquanto um instrumento de
resistência e reafirmação de uma identidade de luta, tem trabalhado no resgate
da autoestima, no acolhimento de famílias, jovens e mulheres. E desta forma,
com terreiros de candomblé, e manifestações negras e afro-culturais, são
respeitados.
A Arte
que faz luta:
Um exemplo desse processo de resistência e do papel
histórico que as lutas antirracistas possuem, os afoxés, têm protagonismo por
serem uma manifestação artístico-religiosa vinculada às práticas do candomblé.
Segundo o projeto Afreaka, essa foi a primeira manifestação negra a desfilar
pelas ruas da Bahia, em 1885. Dentre os afoxés mais tradicionais baianos estão
o Filhos de Gandhy, em Salvador, e o Filhos da Luz, em Feira de Santana.
Importante destacar também a capoeira, originada no
século XVII, desenvolveu-se como uma estratégia dos povos africanos
escravizados para cultivarem a sociabilidade e lidarem com a violência do
período escravista, e ser uma forma de proteção e de enfrentar os senhores de
engenho ou até mesmo na hora de fugir, presente em todo o território nacional e
em mais de 160 países, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN); e o Samba de Roda do Recôncavo Baiano, que é reconhecido pela
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)
como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, por ser uma das expressões
musicais, coreográficas, poéticas e festivas mais importantes de nossa cultura.
Já o samba foi uma dança cultural também originalizada pelos negros e escravos
da época, como uma forma de distração e diversão.
Uma festa que mobiliza multidões de todo estado é a “Boa
Morte”, que é organizada pela Irmandade da Nossa Senhora da Boa Morte, confraria
que reúne apenas mulheres negras e que surgiu nas primeiras décadas do século
XIX, em Salvador, e depois migrou para Cachoeira, no Recôncavo. Ainda hoje em
dia estas festas ocorrem muito, por multidões de mulheres, em Salvador, no
Pelourinho.
Ao problematizar o papel político dessas manifestações
artísticas, Ivannide Santa Bárbara, do Movimento Negro Unificado (MNU), destaca
que o racismo promove uma “folclorização” da cultura negra. Neste contexto,
Hely Pedreira, professora de escolas em áreas quilombola de Feira de Santana,
fala sobre a Lei 10.639/03, que trata do ensino da História e Cultura Africana
e Afro-brasileira nas escolas como uma conquista, ainda que tenha seus limites.
Para ela, a cultura tem um importante papel na sala de aula. “Com certeza a
questão cultural é um aliado de muito peso, pois traduz a questão identitária
dos sujeitos e suas representações. Acredito que a valorização cultural pode
ser a ponta de lança na efetivação de uma educação que emancipa e empodere os
seus sujeitos”, afirma, a professora.
Os povos negros, e afrodescendentes
hoje em dia, ainda continuam sofrendo com ataques e negatividade. Mas, com o
passar dos tempos, entre o século XIX, até os tempos de hoje em dia foram
criados os direitos dos negros e escravos. E assim eles foram tendo mas
liberdade de posse, e o poder de voz, para a sua própria defesa e normalização
desta convivência em sociedade. Assim, a facilidade de maiores conquistas e
mais direitos sociais.
As mulheres negras e escravas, também
sofriam em suas casas, e em casas de engenho. Em casa tinham seus filhos e
maridos, roupas para lavar... Já no engenho seu trabalho era muito pouco
valorizado, e o sofrimento era grande. Hoje em dia podemos ver que com os
avanços da sociedade brasileira e seus direitos a mulheres negras, estão cada
vez melhores, mas ainda não é fácil. Mulheres negras, sempre são muito
atingidas pela sociedade, pelo seu tom de pele. E são muito desvalorizadas,
principalmente quando estão representando sua religião.
Luta do negros.
Resistência
Referências:
ALBUQUERQUE, Wlamyra e FRAGA FILHO, Walter. Uma
história do negro no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Cultural Palmares, 2006.
BOTELHO, André; SCHWARCZ, Lilia Moritz. Cidadania,
um projeto em construção: minorias, justiça e direitos / André Botelho, Lilia
Moritz Schwarcz. 1ª. ed. – São Paulo: Claro Enigma, 2012.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da
República Federativa do Brasil: Texto constitucional promulgado em 5 de outubro
de 1988, com as alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais nº 1/92 a
53/06 e pelas Emendas Constitucionais de Revisão nº 1 a 6/94. – Brasília:
Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2007.
Brasil de Fato ( a cultura negra e resistência de um povo )
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